D. Pedro V - “O Esperançoso"

1853 - 1861
D. Pedro V - “O Esperançoso" 
16 de Setembro de 1837 (Lisboa) – 11 de Novembro de 1861 (Lisboa)
Casou com D. Estefânia Hohenzollern-Sigmaringen
 
Foi o soberano português que congregou em torno do seu nome maiores simpatias, sendo por todos reconhecidas as suas inegáveis qualidades e invulgares virtudes.
Teve um reinado de curta duração, de certo modo semelhante ao de D. Duarte. Alimentava na população portuguesa muitas expectativas de que ele viesse a ser um monarca excepcional, pelo que ainda em vida foi chamado “Esperançoso”.
No seu tempo, inaugurou-se o primeiro troço de caminho de ferro, de Lisboa ao Carregado, na distância de trinta e seis quilómetros, preparando a ligação com o Porto e mais tarde com outras cidades de Portugal e de Espanha.
Também foi no seu reinado que se estabeleceu a primeira carreira regular de vapores entre os portos de Portugal e os de Angola, preponderantemente entre Lisboa e Luanda.
Estando muito interessado, havia vários anos, na campanha de repressão ao tráfico esclavagista, Portugal sofreu grande afronta do governo francês, que devia apoiá-la.
Ainda em relação com a África, e mais concretamente com Angola, foram realizadas diversas expedições científicas, de que se podem destacar as de Silva Porto, Frederico Welwitsch, Ladislau Magyar e outros.
Para dar incremento e maior expansão à economia nacional, organizaram-se algumas amostras públicas, tornando-se famosa a Exposição Industrial do Porto.
Enriqueceu os estudos de nível universitário com a criação do Curso Superior de Letras (corrigindo neste pormenor um erro da reforma pombalina). Para o seu funcionamento atribuiu-lhe volumosa verba tirada do seu “fundo civil”. Estabeleceu um curso e um conjunto de disciplinas que lembram uma Faculdade de Filosofia e História.
O rei era muito culto, em consequência da primorosa educação recebida e dedicava-se a escrever (os seus trabalhos literários foram publicados pela Academia de Ciências de Lisboa, entre 1923 e 1930, constituindo cinco volumes).
Portugal foi atingido por duas temerosas epidemias, a cólera-morbo e a febre amarela, que causaram milhares de vítimas (o monarca deu prova de grande coragem e alto espírito humanitário na visita aos hospitais e no auxílio aos carecidos).
Embora por outras enfermidades, a família régia foi também dizimada (chegando a espalhar-se o boato de terem havido actos criminosos, inclusive o envenenamento, que estudos sérios vieram a negar; sabe-se que o rei e seus irmãos foram contagiados pelas águas de Vila Viçosa, que fizeram ainda outras vítimas).