D. DUARTE, O ELOQUENTE

 

Décimo primeiro rei de Portugal, filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasce em Viseu, a 31 de Outubro de 1391 e falece em Tomar, a 13 de Setembro de 1438; jaz no Mosteiro da Batalha. Casou em 22 de Setembro de 1428 com D. Leonor de Aragão. O seu curto reinado de cinco anos, orienta-se em três sentidos: um que respeita à política interna, um segundo de expansão marítima e o terceiro que diz respeito à política de guerra em Marrocos.
Em relação ao primeiro ponto, a promulgação da Lei Mental, medida de centralização que se destinava a defender o património da coroa, e a convocação de cortes por cinco vezes em cinco anos, ilustram bem a linha governativa de D. Duarte, tendo em conta a vontade dos três estados e impondo princípios de centralização sem ferir os interesses senhoriais. Em relação ao segundo ponto, o reinado de D. Duarte ficou marcado pela passagem do cabo Bojador por Gil Eanes, feito que permitiu uma mais rápida exploração da costa africana. Mas é em relação ao terceiro ponto que o reinado de D. Duarte melhor se define e se caracteriza. Com o apoio da rainha D. Leonor e dos seus irmãos infantes D. Fernando e D. Henrique e contra a oposição dos outros irmãos infantes D. Pedro e D. João, lança-se na política de conquistas em Marrocos, que se saldou pelo desastre militar de Tânger e pela morte de D. Fernando no cativeiro. Durante algum tempo quis ver-se em D. Duarte um rei sem vontade própria, manejado por outras vontades. Mas este retrato de um rei passivo não resiste a um olhar mais atento e uma análise da sua acção é prova suficiente.