Embarcações dos Descobrimentos

16-04-2013 23:25

 

Embarcações dos Descobrimentos

 
Caravela
 
A caravela foi uma embarcação usada e inventada pelos portugueses e também usada pelos espanhóis durante a Era dos Descobrimentos, nos séculos XV e XVI. Segundo alguns historiadores, o vocábulo é de origem árabe carib (embarcação de porte médio e de velas triangulares — velame latino). Existem historiadores que defendem que a origem da palavra seria carvalho, a madeira usada para construir as embarcações. A caravela foi inventada e aperfeiçoada durante os séculos XV e XVI. Os Turcos dominaram e invadiram a cidade de Constantinopla. Com isso provocaram uma crise económica e comercial. A caravela tinha no mínimo 44 tripulantes. As dimensõesmáximas eram de cerca de 30 metros de altura e comprimento. A caravela é uma embarcação rápida, de fácil manobra, apta para a bolina, de proporções modestas e que, em caso de necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios de pequeno porte, de três mastros, um único convés e ponte sobrelevada na popa; deslocavam 50 toneladas. As velas latinas (triangulares) permitiam-lhes bolinar e, consequentemente, explorar zonas cujo regime dos ventos era adverso. As velas eram duas vezes maiores que as das nau, o que as torna mais rápidas. Apetrechada com artilharia, a caravela transformou-se mais tarde em navio mercante para o transporte de homens e mercadorias.
Gil Eanes utilizou um barco de vela redonda, mas seria numa caravela que Bartolomeu Dias dobraria o Cabo da Boa Esperança, em 1488. É de salientar que a caravela é uma invenção portuguesa, feita a partir dos conhecimentos que haviam adquirido dos árabes ou muçulmanos.
Se bem que a caravela latina se revelou muito eficiente quando utilizada em mares de ventos inconstantes, como o Mediterrâneo, devido às suas velas triangulares, com as viagens às Índias, com ventos mais calmos, tal não era uma vantagem, já que se mostrava mais lenta que na variação de velas redondas. A necessidade de maior tripulação, armamentos, espaço para mercadorias fê-la ser substituída por navios mais potentes.
 
 
Nau

Nau é uma denominação genérica dada a navios de grande porte até o século XV usados em viagens de grande percurso. Em vários documentos históricos a nau surge com a denominação de nave (do latim navis), termo utilizado quase sempre entre 1211 e 1428. Opõe-se-lhe o termo embarcação, aplicado a barcos de menores proporções, utilizados em percursos pequenos. As naus eram também chamadas carracas.
Durante a época dos Descobrimentos, houve uma evolução dos tipos de navio utilizados. A barca, destinada à cabotagem e pesca, era ainda utilizada ao tempo de Gil Eanes, quando, em 1434, dobrou o Cabo Bojador, e seria sucedida pela caravela
.
Concretamente, na Baixa Idade Média, mais precisamente entre o século XIII e a primeira metade do XV, as naus, ainda tecnicamente longe daquilo que seriam nos Descobrimentos, serviam essencialmente para transportar mercadorias que provinham dos portos da Flandres, no norte da Europa, para a península Itálica, no mar Mediterrâneo
, e vice-versa.
À época de Fernando I de Portugal as naus desenvolveram-se em termos náuticos e multiplicaram-se de forma assinalável em Portugal. Devido à pirataria que assolava a costa portuguesa e ao esforço nacional de criação de uma armada para as combater, as naus passaram a ser utilizadas também na marinha de guerra. Nesta altura, foram introduzidas as bocas-de-fogo, que levaram à classificação das naus segundo o poder de artilharia: naus de três pontas (100 a 120 bocas) e naus de duas pontas e meia (80 bocas). A capacidade de transporte das naus também aumentou, alcançando as duzentas toneladas no século XV
, e, as quinhentas, no século seguinte.
 
Galeão
 

Um galeão é um navio a vela que possui quatro mastros, de alto bordo, armado em guerra, frequentemente utililizado no transporte de cargas que possuiam alto valor na navegação oceânica entre os séculos XVI e XVIII. Alguns tinham 1200 toneladas e 40 bocas de fogo.
Por volta do 
século XII, o galeão era uma pequena galé com uma só ordem de remos, e de formas finas. Mais tarde aplicou-se o termo a navios de alto bordo e de velas nas carreiras da América, da África e das Índias.
Em 
1770, durante a guerra da sucessão da Espanha, vários galeões carregados de ouro afundaram na baía de Vigo.
Em maio de 2007 foi descoberto um carregamento de moedas de prata de um galeão espanhol, com equivalência chegando a 1 bilhão de reais.
O galeão também era usado por piratas, mas após ser roubado ou construido pelos mesmos se chamava 
Corsário.

 

Comidas e doenças a bordo das Caravelas

 

Bife, arroz, batata, feijão, verduras, etc... (nossa comidinha de todo dia). Será que sempre foi assim?

Não, no século XV, por exemplo, na época das navegações, era bem diferente. A bordo dos navios a imagem da alimentação era outra: escravos, marinheiros, soldados e oficiais tinham uma dieta alimentar muito pobre, às vezes causavam doenças que traziam até a morte.

Era uma dieta rica em proteínas, mas, pobre em vitaminas.

A ração diária dos tripulantes das naus, não tinha vegetais e nem alimentos frescos, só iam às caravelas alimentos que resistiam a um longo tempo sem apodrecer.

Às vezes, quando a comida acabava, os tripulantes chegavam a se alimentar de animais que transmitiam doenças, como ratos, baratas e piolhos. Os mesmos também conviviam com todos os tripulantes no dia a dia.

A ração que os tripulantes recebiam, era mensal e os alimentos eram todos crus. Em consequência havia sempre pequenos fogos acesos nos conveses (representavam um perigo constante). A ração era constituída de 15kg de carne salgada e mais cebola, vinagre e azeite (os capitães podiam trazer galinhas e ovelhas para melhorar sua alimentação).

Os marinheiros tinham o direito a 400g diárias de um biscoito duro e salgado. Tais biscoitos eram fabricados por eles mesmos. Estes biscoitos ficavam com bolor e eram comidos também por baratas e ratos.

Cada marinheiro tinha direito a uma canada diária (1,4 litro) de vinho armazenado em cerca de 200 pipas por navio. A água era também de uma canada diária. A mesma água era usada também para beber e cozinhar.

A água a bordo era escassa e de má qualidade. Depois de um certo período, a água ficava com mau gosto e mau cheiro (pelos factores químicos e também lugares não apropriados de armazenamento). Esta água causava muitas infecções e doenças.

Além da carne salgada, eles comiam muito pão, grãos, ervilha seca, semente de mostarda, sal, açúcar, sebo, manteiga, farinha de trigo, frutas secas, água, vinagre e muita bebida alcoólica, como vinho, cerveja e sidra.

Com um pouco de sorte e ajuda de Deus, a pesca era possível.

A falta de vitamina C nos alimentos, levava a uma das mais temidas doenças entre os marinheiros: o escorbuto.

O escorbuto era uma doença que primeiro provocava um sangramento nas gengivas, depois um sangramento generalizado podendo levar à morte. Os chineses eram "prevenidos", levavam animais vivos e vasos com terra para Ter alimentos frescos durante a viagem.

A peste negra, uma doença também muito temida, era a principal causa de morte no século XV.

Outras doenças também ocorriam: paludismo, cólera, diarreia, sífilis e febre amarela.

As doenças eram favorecidas pela falta de água, carência alimentar, ausência de higiene e de cuidados médicos, e a não conservação adequada dos alimentos naturais.

A falta de limpeza era a principal causa de doença e morte. Não havia nenhuma condição sanitária adequada para dar fim aos dejetos humanos, o que agravava o número de pessoas contaminadas.

O bom tratamento dos doentes era prioritário nas naus, mas nem sempre podia ser finalizado porque faltavam médicos capacitados, materiais e medicamentos. A necessidade fez a medicina avançar na época das navegações.

Conclusão

Neste trabalho aprendemos muito e podemos perceber que embora haja diferenças de hábitos em todo o mundo, os nossos cuidados alimentares e higiénicos melhoraram muito em consequência de novos conhecimentos adquiridos.

A medicina também evoluiu bastante, podendo passar a controlar ou fazer desaparecer doenças do século XV.

Também percebemos que as doenças estão totalmente ligadas aos nossos hábitos alimentares e higiénicos.