1383-85 - Um Tempo de Revolução

01-10-2011 22:31

 

 

RESUMO aqui

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Crise de 1383-1385

 Um Tempo de Revolução
A crise económica
Na segunda metade do século XIV, Portugal viveu tempos difíceis: más condições climatéricas, guerras com Castela, fomes e doenças, especialmente a Peste Negra.
A Peste Negra foi uma grande epidemia que alastrou por toda a Europa; em Portugal matou cerca de um terço da população (500 000 pessoas).
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Para melhorar a situação da agricultura e evitar o abandono dos campos, D. Fernando publicou a Lei das Sesmarias: obrigava todos os donos de terras a fazê-las cultivar, sob pena de ficarem sem elas, e obrigava mendigos e vadios a trabalharem, sobretudo na agricultura.
Para proteger o comércio externo, fundou a Companhia das Naus: uma espécie de seguro destinado aos que perdessem os barcos.
Contudo, a situação do país agrava-se com a morte de D. Fernando, em 1383.

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1. Portugal na segunda metade do séc. XIV

Neste período viveram-se tempos difíceis:

  • Fome: deveu-se aos maus anos agrícolas por causa das chuvas intensas;

  • Epidemias – deveu-se à falta de higiene e à falta de alimentação;

  • Guerras – devido ao conflito com Castela.

A pior calamidade foi a Peste Negra que em menos de três meses matou cerca de um terço da população.

Vê se sabes responder a algumas questões: aqui

2. Problema de sucessão

Em 1383, D. Fernando assina um tratado de paz com Castela para salvaguardar a independência do reino de Portugal – o Tratado de Salvaterra de Magos.

Neste tratado D. Fernando deu a mão da sua única filha, D. Beatriz, a D. João I, rei de Castela, e ficou estabelecido que o futuro rei de Portugal seria o seu neto, filho de D. Beatriz, quando atingisse os 14 anos.

 

3. População dividida e revolta popular

Quando D. Fernando morre, D. Leonor de Teles, sua esposa, assume a regência do reino e aclama D. Beatriz como rainha de Portugal.O povo ficou descontente porque não queria ser governado por um rei estrangeiro e temia que Portugal perdesse a independência.

  • Apoiantes de D. Beatriz – alto Clero e alta Nobreza porque temiam perder os seus privilégios;

  • Apoiantes de D. João, Mestre de Avis – povo, burguesia, parte do Clero e parte da Nobreza porque não queriam ser governados por um rei estrangeiro e temiam que Portugal perdesse a independência.

Álvaro Pais planeou uma conspiração para matar o conselheiro galego de D. Leonor de Teles, o conde Andeiro. D. João, Mestre de Avis, filho ilegítimo de D. Pedro, é escolhido para o matar. Após a morte do conde Andeiro, D. Leonor de Teles foge para Santarém e pede ajuda a D. João I, rei de Castela. Mestre de Avis passa a Regente e Defensor do reino com o apoio do povo.

 

4. Resistência à invasão castelhana

D. João I, rei de Castela, invade Portugal:

  • ocupa Santarém;

  • é vencido na batalha de Atoleiros;

  • cerca Lisboa em 1384.

Lisboa esteve cercada 3 meses e só se libertou quando a peste negra atacou os soldados castelhanos.

Nas Cortes em Coimbra (1385) João das Regras provou que D. João, Mestre de Avis, era quem tinha mais direito a ser o rei de Portugal que passa a intitular-se D. João I.

Ao saber da  aclamação de Mestre de Avis como rei de Portugal, D. João I, rei de Castela, invade novamente Portugal mas é derrotado na batalha de Aljubarrota  (1385) pelos portugueses chefiados por D. Nuno Álvares Pereira.

 

 

5. Consolidação da independência

D. João I, Mestre de Avis, recompensou com terrascargos e títulos os nobres e burgueses que o apoiaram e retirou privilégios à alta Nobreza que apoiou D. Beatriz e que fugiu para Castela.

Portugal fez ainda um tratado de amizade com Inglaterra onde os dois países se comprometeram a ajudar-se mutuamente. esta aliança foi reforçada com o casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre em 1387.

Entretanto, só em 1411 o problema com Castela ficou resolvido com um tratado de paz.

Muito do que sabemos sobre o que aconteceu neste período deve-se a Fernão Lopes através das suas crónicas sobre o que se passava no reino da época.

 

 

 

1383-85 - Um Tempo de Revolução

 

A crise económica

Na segunda metade do século XIV, Portugal viveu tempos difíceis: más condições climatéricas,  guerras com Castela, fomes e doenças, especialmente a Peste Negra.

A Peste Negra foi uma grande epidemia que alastrou por toda a Europa; em Portugal matou cerca de um terço da população (500 000 pessoas).

 

 

  

 

 

 

O povo de Lisboa exaltado

O pajem do mestre de Avis começou a ir a galope em cima do cavalo em que estava, dizendo em altas vozes:

- Matam o mestre! Matam o mestre nos paços da Rainha. Acorrei ao mestre que matam.

(...) As gentes, que isto ouviram, saíram à rua a ver que cousa era (...) e começavam de tomar armas, cada um como melhor podia. (...)

Unidos num só desejo foram às portas do paço (...).

De cima não faltava quem dissesse que o mestre era vivo e o conde Andeiro morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:

- Pois se é vivo, mostrai-no-lo e vê-lo-emos!

(...) Ali se mostrou o mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua...

- Amigos, pacificai-vos! Cá eu estou vivo e são, graças a Deus!

Fernão Lopes, Crónica de D. João I (adaptado)

 

 
 

A invasão castelhana

Perante o clima de revolta que se vive, D. Leonor foge para Santarém e pede ajuda ao rei de Castela.

Receando a invasão castelhana, o povo de Lisboa escolhe o Mestre de Avis como Regedor e Defensor do Reino. A burguesia também o apoia, sobretudo com dinheiro para preparar o exército.

O rei de Castela invade então Portugal. A chefiar o exército português está D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável. Os portugueses vencem a Batalha dos Atoleiros, no Alentejo, utilizando a táctica do quadrado (que vem a ser novamente usada na Batalha de Aljubarrota). O rei de Castela cerca Lisboa e quase vence, mas tem de levantar o cerco devido a uma epidemia de peste.

Entretanto, e dada a gravidade da situação, reúnem-se Cortes em Coimbra, onde o jurista João das Regras prova que, de todos os candidatos, o Mestre de Avis é quem tem direito a ser rei de Portugal.

O rei de Castela, sabendo da aclamação de D. João como rei, invade de novo Portugal, travando-se então a Batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385), tendo vencido os portugueses, apesar de serem em menor número.

Para comemorar esta vitória, D. João I mandou construir o mosteiro da Batalha.

 

A consolidação da independência

Tudo o que se passou entre 1383 e 1385 provocou profundas alterações na sociedade portuguesa.

Parte da nobreza que apoiara D. Beatriz fugiu para Castela, perdendo  bens e privilégios. Os que apoiaram o Mestre de Avis foram recompensados com terras e títulos de nobreza e a burguesia passou a ter como tanto queria, mais influência na política do país.

Como disse Fernão Lopes, surgiu "outro mundo e nova geração de gentes".

D. João I, que dá início à segunda dinastia - a Dinastia de Avis - fez um tratado de amizade com Inglaterra (o mais antigo tratado da Europa) e casa com D. Filipa de Lencastre (da família real inglesa).

 

Em 1411 é finalmente assinado um tratado de paz com Castela.

Resolvida a crise política, faltava agora resolver a crise económica.

Portugal, com esta "nova geração de gentes", vai iniciar a grande aventura dos Descobrimentos.

 

Para melhorar a situação da agricultura e evitar o abandono dos campos, D. Fernando publicou a Lei das Sesmarias: obrigava todos os donos de terras a fazê-las cultivar, sob pena de ficarem sem elas, e obrigava mendigos e vadios a trabalharem, sobretudo na agricultura.

 

Para proteger o comércio externo, fundou a Companhia das Naus: uma espécie de seguro destinado aos que perdessem os barcos.

Contudo, a situação do país agrava-se com a morte de D. Fernando, em 1383.

 

 

A crise política

 

Quando D. Fernando morre, sua filha D. Beatriz estava casada com o rei de Castela. O acordo de casamento (acordo de Salvaterra), para garantir a independência de Portugal,  previa que, até o filho de D. Beatriz ter catorze anos, seria regente D. Leonor Teles.

D. Leonor manda aclamar D. Beatriz como rainha e tem como conselheiro um fidalgo galego: o Conde Andeiro.

Esta situação, aliada às dificuldades económicas, vai dividir a sociedade portuguesa: de um lado, a maioria da nobreza e do clero aceitam D. Beatriz como herdeira legítima; do outro, o povo e, sobretudo, a burguesia, não a aceitam e revoltam-se, receando a perda da independência do reino.A burguesia, chefiada por Álvaro Pais, e tendo do seu lado o povo de Lisboa, prepara então uma conspiração para matar o Conde Andeiro e escolhe D. João, Mestre de Avis, para executar essa tarefa.

O Mestre de Avis tinha fácil acesso ao Paço da Rainha uma vez que era filho (ilegítimo) do rei D. Pedro.

  Posição dos grupos sociais na Revolução de 1383/1385

·        Clero / Nobreza : apoiavam D. Beatriz e o rei de Castela.
·        Burguesia / Povo:  “           D. João Mestre de Avis (Regedor e Defensor do    Reino).

-Lembras-te quem foi D. Nuno Álvares Pereira? Clica na imagem

 
Foi do casamento da filha de D. Nuno Álvares Pereira com o filho de D. João I, Mestre de Avis que nasceu a casa de Bragança.
Lembraste qual era o nome do filho bastardo de D. João I, Mestre de Avis?

 

 

 

 

Palavras Cruzadas:

 

D. João I, rei de Portugal (5º ano)
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1383-1385
UM TEMPO DE REVOLUÇÃO
A MORTE DE D. FERNANDO
 E O PROBLEMA DE SUCESSÃO

O reinado de D. Fernando foi marcado por maus anos agrícolas que provocaram fomes.

 A peste negra  provocou a diminuição da população.
 
 

 

A produção foi menor e os  rendimentos do clero e da nobreza baixaram.

Para tentar resolver a crise agrícola, D. Fernando publica a Lei das Sesmarias (1375)( obrigava os camponeses a trabalhar as terras abandonadas). Mas esta lei não resolveu a crise agrícola.

As guerras com Castela agravaram a situação.

 

Em 1383, com a morte de D. Fernando, surge um grave problema de sucessão.

 

            Pelo Tratado de Salvaterra de Magos, D. Leonor Teles ficaria regente. Esta mandou aclamar D. Beatriz rainha de Portugal.

            A maior parte da Nobreza e Cleroaceitou D. Beatriz como rainha, mas oPovo, a Burguesia e um pequeno número de elementos da Nobreza  revoltaram-se.

A crise do sé. XIV ; a crise de 1383-85

 

No século XVI arrasta-se por toda a Europa uma grande crise:

a Peste Negra, guerras e maus anos agrícolas. Em Portugal, isto é ainda agravado pelo problema de sucessão , após a morte de D. Fernando. O povo recusa aceitar D. Beatriz, preferindo apoiar D. João, o Mestre de Avis, filho ilegítimo de D. Pedro I;após as cortes de Coimbra, o mestre de Avis ficará a governar Portugal como D. João I,iniciando-se a dinastia de Avis. Com a vitória das tropas portuguesas, comandadas por Nuno Álvares Pereira ,na batalha de Aljubarrota, consolidou-se a causa de D. João I, 1º rei da 2ª dinastia; do seu casamento com D. Filipa de Lencastre, uma importante fidalga inglesa , nascerá, entre outros, o infante D. Henrique, o Navegador. Os filhos de D.João I e D. Filipa, são conhecidos como a Ínclita Geração.

Com a vitória de D. João I deram-se mudanças na sociedade: surgiu uma "nova nobreza", formada por antigos burgueses, apoiantes da sua causa e a quem recompensou; este novo tipo de classe social irá ter um papel muito importante na "aventura "dos Descobrimentos....Fernão Lopes, cronista do reino, deu a conhecer melhor esta época, na Crónica de D.JoãoI.


Portugal - Revolução 1383-85 - iluminuras

 

Batalha de Aljubarrota

Iluminura da Batalha de Aljubarrota, na “Crónica de Inglaterra”

 

Cerco de Lisboa na Crónica de Froissart

Iluminura do Cerco de Lisboa de 1384, na Crónica de Jean Froissart.

 

Batalha de Aljubarrota
Iluminura da Batalha de Aljubarrota,
na Crónica de Jean Froissart, século XV.

de Jean de Wavrin.

 

 

 

Peça de teatro - peca teatro 1383 85.doc (38 kB) - diverte-te !

 

Crise de 1383-1385

1. Portugal na segunda metade do séc. XIV

Neste período viveram-se tempos difíceis:

  • Fome: deveu-se aos maus anos agrícolas por causa das chuvas intensas;
  • Epidemias – deveu-se à falta de higiene e à falta de alimentação;
  • Guerras – devido ao conflito com Castela.

A pior calamidade foi a Peste Negra que em menos de três meses matou cerca de um terço da população.

2. Problema de sucessão

Em 1383, D. Fernando assina um tratado de paz com Castela para salvaguardar a independência do reino de Portugal – o Tratado de Salvaterra de Magos.

Neste tratado D. Fernando deu a mão da sua única filha, D. Beatriz, a D. João I, rei de Castela, e ficou estabelecido que o futuro rei de Portugal seria o seu neto, filho de D. Beatriz, quando atingisse os 14 anos.

3. População dividida e revolta popular

Quando D. Fernando morre, D. Leonor de Teles, sua esposa, assume a regência do reino e aclama D. Beatriz como rainha de Portugal.O povo ficou descontente porque não queria ser governado por um rei estrangeiro e temia que Portugal perdesse a independência.

  • Apoiantes de D. Beatriz – alto Clero e alta Nobreza porque temiam perder os seus privilégios;
  • Apoiantes de D. João, Mestre de Avis – povo, burguesia, parte do Clero e parte da Nobreza porque não queriam ser governados por um rei estrangeiro e temiam que Portugal perdesse a independência.

Álvaro Pais planeou uma conspiração para matar o conselheiro galego de D. Leonor de Teles, o conde Andeiro. D. João, Mestre de Avis, filho ilegítimo de D. Pedro, é escolhido para o matar. Após a morte do conde Andeiro, D. Leonor de Teles foge para Santarém e pede ajuda a D. João I, rei de Castela. Mestre de Avis passa a Regente e Defensor do reino com o apoio do povo.

4. Resistência à invasão castelhana

D. João I, rei de Castela, invade Portugal:
  • ocupa Santarém;
  • é vencido na batalha de Atoleiros;
  • cerca Lisboa em 1384.

Lisboa esteve cercada 3 meses e só se libertou quando a peste negra atacou os soldados castelhanos.

Nas Cortes em Coimbra (1385) João das Regras provou que D. João, Mestre de Avis, era quem tinha mais direito a ser o rei de Portugal que passa a intitular-se D. João I.

Ao saber da  aclamação de Mestre de Avis como rei de Portugal, D. João I, rei de Castela, invade novamente Portugal mas é derrotado na batalha de Aljubarrota  (1385) pelos portugueses chefiados por D. Nuno Álvares Pereira.

5. Consolidação da independência

D. João I, Mestre de Avis, recompensou com terrascargos e títulos os nobres e burgueses que o apoiaram e retirou privilégios à alta Nobreza que apoiou D. Beatriz e que fugiu para Castela.

Portugal fez ainda um tratado de amizade com Inglaterra onde os dois países se comprometeram a ajudar-se mutuamente. esta aliança foi reforçada com o casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre em 1387.

Entretanto, só em 1411 o problema com Castela ficou resolvido com um tratado de paz.

Muito do que sabemos sobre o que aconteceu neste período deve-se a Fernão Lopes através das suas crónicas sobre o que se passava no reino da época.