O INFANTE NAVEGADOR

 

 

O INFANTE NAVEGADOR 

Nasceu no Porto a 4/3/1394 e morreu em Sagres a 13/11/1460. Era o quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Dado ao desporto e às artes de guerra, seu pai confio-lhe a organização da frota concentrado no Porto, com gentes do Norte e da Beira, para a expedição a Ceuta, tendo reunido 70 navios grandes e muitos outros de abordagem. Fez-se notar na conquista da cidade marroquina (1415) onde seu pai o armou em cavaleiro com seus dois irmãos mais velhos.

  Em Setembro de 1415 tornou-se duque de Viseu e senhor da Covilhã. Em 18.2.1416 ficou a ser administrador e governador da Ordem de Cristo, ficando deste modo com valiosos recursos para a realização do seu sonho ultramarino. A D. Henrique confiou seu pai, em 1416, o encargo de administrar o dinheiro destinado à defesa de Ceuta. A necessidade  de navegar por mares, batidos por tempestades e sulcados por grandes correntes marítimas, que arrastaram até às Canárias navios encarregados da defesa costeira meridional do País, levou o Infante a iniciar a exploração dos mares, daí advindo o redescobrimento de Porto Santo (1419), da Madeira (1420) e do grupo oriental dos Açores(1427). Para o  aperfeiçoamento técnico dos seus marinheiros, D. Henrique rodeou-se de peritos, fundando em Sagres uma autêntica escola náutica, chamando a Portugal, entre outros mestres, o já célebre cartógrafo Jafuda, ou  Jácome de Malhorca, que com os elementos fornecidos pelo navegantes portugueses elaborou novas cartas náuticas.

Entre os interesses determinantes da sua dedicação às navegações contam-se os de ordem religiosa (espírito de cruzada, que lhe impunha a defesa e propagação da fé católica), política e económica. Reorganizou os estudos (1431) da Universidade de Lisboa, onde introduziu o estudo da Matemática e da Astronomia, participou na infeliz expedição a Tânger (1437), onde perdeu um dos irmãos, e na conquista de Alcácer Ceguer (1457). Na crise que acabou em Alfarrobeira (20.5.1449) esforçou-se por defender D. Pedro, em Santarém, mas em Alverca, respeitando a autoridade do sobrinho, manteve uma atitude passiva ao lado do monarca. Coube-lhe a ele a preparação e execução das expedições marítimas, a colonização dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, as relações com a África recém-descoberta (no aspecto comercial, político e missionário), a responsabilidade do governo da Ordem de Cristo, a defesa dos direitos e interesses de Portugal junto do Papa e do rei de Castela.

Embora não desligado dos problemas nacionais, e em especial da Universidade, os seus grandes interesses centravam-se nas terras de além-mar, e para isso viveu a maior parte do tempo na sua vila algarvia de Lagos ou na Vila do Infante (Sagres), onde foi escrito o seu testamento e onde acabou por morrer.