D. Manuel II - “O Exilado"

1908 - 1910
D. Manuel II - “O Exilado" 
15 de Novembro de 1889 (Lisboa) – 2 de Abril de 1932 (Inglaterra)
Casou com D. Augusta Vitória Hohenzollem-Sigmaringen
 
Pode dizer-se que nada há a registar no seu reinado, a não ser que se diga que houve em todo ele intensa actividade de propaganda republicana, chegando a abusos inaceitáveis, como a ostensiva glorificação do regicida.
Mostrou ser um príncipe magnânimo, disposto a perdoar. Pretendia criar um clima de entendimento e tranquilidade, mas os adversários políticos não quiseram colaborar com tais intenções.
No dia 4 de Outubro de 1910, eclodiu em Lisboa uma sublevação que ao princípio mostrou fracassar. Mas o apoio dado pelos populares inverteu a situação e no dia seguinte, 5 de Outubro, foi proclamada a República Portuguesa.
O rei D. Manuel II e a família real – incluindo as duas rainhas viúvas, D. Maria Pia (já muito idosa e com deficiências mentais, que foi para Itália, a sua pátria, onde faleceu exactamente nove meses depois) e D. Amélia de Orleães, assim como seu tio o infante D. Afonso Henriques – deixaram Portugal, a caminho do exílio.
Apesar do que aconteceu, pode afirmar-se que era grande a popularidade de rei D. Manuel II, claramente demonstrada na sua visita ao Porto em Novembro de 1908, e nas comemorações do centenário da batalha do Buçaco, em Setembro de 1910, oito dias antes da sua saída do País e fim do seu reinado.
Durante a Grande Guerra prestou auxílio humanitário aos que dele careciam, apoiando os serviços mantidos pela Cruz Vermelha Portuguesa.
Tendo fixado a residência na Inglaterra, ali faleceu, em Twickeenham, no ano de 1932.
Enquanto infante de Portugal, usou o título de Duque de Bragança (acontecera a mesma circunstância com o seu homónimo D. Manuel I, que como ele subiu ao trono em consequência de uma morte trágica).
À semelhança de seu pai e seu avô, interessava-se muito pelos assuntos intelectuais, determinando que os seus haveres fossem destinados, após a morte de sua mãe e de sua esposa, para a manutenção de um organismo cultural, a Fundação da Casa de Bragança (e tanto D. Amélia como D. Augusta Vitória voluntariamente prescindiram de tais valores, antecipando a actividade programada).
Ainda dentro deste princípio elaborou uma obra de pesquisa de muito mérito, editada em três volumes de cerca de oitocentas páginas cada um (o primeiro impresso em 1929, o segundo em 1932, o terceiro em 1935, e reimpressos em fac-símile em 1995.
Anteriormente havia publicado um catálogo sobre o mesmo tema e quase igual denominação.