D. José - "O Reformador"

1750 - 1777
D. José - "O Reformador" 
6 de Junho de 1714 (Lisboa) – 24 de Fevereiro de 1777 (Lisboa)
Casou com D. Mariana Vitória
 
O reinado de D. José confunde-se com o governo de Sebastião José de Carvalho e Melo. Tem o cognome de Reformador por se dizer que no seu tempo foram introduzidas profundas alterações na forma de governar.
A maior foi ter havido um primeiro-ministro que parece substituir o rei, quando apenas houve uma quase perfeita sintonia e harmonia de mentalidades entre o soberano e o governante efectivo.
Sebastião José (Marquês de Pombal) teve no início da sua carreira o apoio da esposa de D. João V, que simpatizou com sua mulher, por também ser como ela de nacionalidade germano-austríaca.
Logo nos primeiros anos do reinado ocorreu o terramoto de Lisboa (1-11-1755), que deu ao ministro o domínio da máquina governativa. Tomou acertadas medidas de protecção aos sinistrados e de inteligente reconstrução da capital.
Houve alguns anos depois uma tentativa de regicídio, aproveitando o pretexto para abater a nobreza, tratando barbaramente os acusados, e combater injustamente os jesuítas. Os nobres implicados (Távoras) foram executados com requintes selvagens. Os jesuítas foram expulsos tanto de Portugal como das missões ultramarinas. A Universidade de Évora, mantida pela Companhia de Jesus, foi encerrada assim como todas as outras escolas sustentadas pelos inacianos.
Fundou a Aula do Risco para o estudo da engenharia. Para melhor preparação da aristocracia nacional, para a educação dos filhos da fidalguia, criou em Lisboa o Real Colégio dos Nobres. Reformou o esquema pedagógico da Universidade de Coimbra, em moldes que se reconheceu serem pouco sensatos.
Instituiu em Lisboa a Junta do Comércio. Para favorecer a produção e a comercialização do vinho do Porto, organizou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Criou a Capitania Geral de Moçambique. Estabeleceu o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro. Promoveu-se a colonização de Angola com emigrantes europeus.
Organizaram-se grandes empresas comerciais monopolistas, a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia de Pernambuco e Paraíba, mas não deram os frutos que delas se esperavam. Houve ainda outras, noutros lugares.
Os índios do Brasil foram declarados livres, sendo proibida a sua redução à escravidão. Tomaram-se medidas tendentes a dificultar o tráfico esclavagista e até a transferência de escravos, pois adquiriam a liberdade os que entrassem no território de Portugal. Também se decretou a extinção da distinção entre cristãos-velhos e cristãos-novos (descendentes dos judeus).
Foi fundida com técnica de engenheiros nacionais (em peça única e num só jacto), e solenemente inaugurada no Terreiro do Paço, em Lisboa, a estátua equestre de D. José. Afirma-se ser a mais perfeita estátua de bronze de Portugal e uma das melhores do mundo.