D. João V - "O Magnânimo"

1706 - 1750
D. João V - "O Magnânimo" 
22 de Outubro de 1689 (Lisboa) – 31 de Julho de 1750 (Lisboa)
Casou com D. Maria Ana de Áustria
 
D. João V desfrutou no seu reinado dos recursos provenientes da exploração aurífera no Brasil, e criou condições para que se radicasse e desenvolvesse o que chamamos Estilo Barroco Joanino.
Nas realizações estéticas ou utilitárias, salienta-se a construção do imponente Convento de Mafra e Aqueduto das Águas Livres, este para abastecer de água potável a capital portuguesa. E ainda a construção da Torre dos Clérigos e respectiva igreja, no Porto, e do Palácio Real de Queluz.
Interessou-se muito pelo desenvolvimento da cultura, segundo os moldes do tempo. A organização mais célebre então criada foi a Academia Real de História, que congregava pessoas de grande cultura e de alto nível social. A actividade editorial então desenvolvida, demonstra que havia entre as camadas sociais de maior destaque verdadeiro interesse pelos problemas intelectuais, segundo os moldes da época, como naquele tempo eram apreciados.
Negociou o fim da Guerra da Sucessão da Espanha, mas logo a seguir tomou parte numa campanha contra os turcos, a pedido do Papa Clemente XI, tornando-se famosa a batalha naval de Matapan, em que participou a nossa marinha.
Descontando estas intervenções bélicas, o reinado de D. João V corresponde a um dos mais prolongados períodos de paz de que Portugal gozou ao longo de toda a sua História.
A reunião das cortes de que se falou em D. Pedro II teve o objectivo principal de aceitarem este príncipe como sucessor régio, segundo a jurisprudência da época, não sendo descendente directo – a linha sucessória havia sido interrompida em D. Afonso VI, precisava de que as cortes o aceitassem como herdeiro do trono. (Encontramos situação idêntica em D. Dinis e D. Carlos).
O cognome pelo qual ficou sendo conhecido, vem da sua obsessão pelas grandezas e pelas honrarias. Era muito cioso das prerrogativas régias, pretendia ser tratado com tanta deferência como qualquer outro monarca.
Fez com que o prelado de Lisboa fosse sempre cardeal e o núncio apostólico em Portugal elevado ao cardinalato antes de terminar as suas funções. Não sendo uma vez nisso atendido pelo Papa, chegou a cortar relações diplomáticas com a Santa Sé. Conseguiu que a Catedral de Lisboa fosse elevada à dignidade de sé patriarcal e que os seus cónegos usassem insígnias semelhantes às da corte papal.
Obteve para Portugal o privilégio de os sacerdotes rezarem três missas no dia de finados, que só mais de século e meio depois foi estendido a toda a cristandade.
Para se poder equiparar aos monarcas espanhóis, que eram chamados Católicos e ao da França, este denominado Cristianíssimo, requereu e obteve do Papa Bento XIV o título e tratamento de Fidelíssimo.
O seu casamento com D. Maria Ana de Áustria, princesa da família imperial, prova que Portugal era então um reino altamente prestigiado. Foi uma rainha de grandes qualidades.